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quarta-feira, 23 de julho de 2014

Aeroporto de Cláudio (MG) documentado pelo GoogleEarth

Aeroporto de Cláudio em 27 Jun. 2002: a pista antiga, paralela ao retão da rodovia.

A ferramenta “imagens históricas”, do Google Earth, é um ótimo recurso para conferir alguns aspectos de obras de engenharia e outras alterações geoeconômicas e fundiárias em períodos recentes (cerca de 12 anos), quando temos a sorte dela oferecer uma sequência adequada para determinado ponto do planeta.

Aeroporto de Cláudio em 1º Out. 2002. Ainda a pista antiga.

Aeroporto de Cláudio em 31 Out. 2007. Ainda a pista antiga.

Aeroporto de Cláudio em 11 Mar. 2010. Obras de corte / aterro para a nova pista.

Aeroporto de Cláudio em 2 Ago. 2010. Asfalto da nova pista.

Aeroporto de Cláudio em 11 Mai. 2013. Pista com asfalto sinalizado.

Aeroporto de Cláudio em 10 Jun. 2013.

Aeroporto de Cláudio em 15 Jun. 2013.

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Ferramentas &tc.


quinta-feira, 17 de julho de 2014

O apagão do Facebook não será noticiado

Brasileiros afetados pelo apagão do Facebook no Brasil, em Tókio, na Cidade do México, no Peru...

Uma brincadeira cruel, mais velha que o neoliberalismo, era perguntar a um colega em véspera de sair de férias:

— E se o patrão descobrir que você não faz falta?

No planeta hispânico
Não sei por que, lembrei disso, ao procurar na internet notícias sobre o apagão do Facebook às 21:00 (GMT-03:00) da última Terça-feira, 15 Jul. 2014 (ou dia 16, na Ásia e Extremo Oriente).

Quase não encontro notícia, análise, informações.

No Extremo Oriente
Em tempo: — Não sou “do ramo”, nem tenho ideia de quais são os sites especializados onde, — quero crer, — o evento decerto foi noticiado e analisado.

Minha primeira pergunta, cá com meus botões, é: — Será que não fez falta?

No próprio Facebook, no dia seguinte, — e hoje até agora, — não vi ninguém comentar nada.

Reclame de uma rede social, na outra, e leve uma pedrada grátis

Na hora, vi gente no Twitter criticando quem falava do apagão do Facebook, — como se fossem “outra turma”, tipo, “agora vocês vêm reclamar aqui”. — E também vi pessoas dizendo que o importante era WhatsApp, Instagram e Twitter não caírem. Tradução: muita gente não estava nem aí para o problema no Facebook.

Hipótese: — Será que o Facebook já se tornou tão substituível, para a maioria dos usuários brasileiros?

Tipo, “falhou, vou pra outra”?

Não sei que língua é essa. Só sei que no Brasil estava exatamente assim: entrava, mas não funfava.

Bom, eu mesmo, quando vi a página demorando a carregar, simplesmente prossegui com outras coisas, e voltei cerca de uma hora depois. Às vezes passo o dia inteiro longe do Facebook, para poder me concentrar em alguma tarefa. Esse tipo de apagão é muito produtivo.

Em algum lugar no planeta hispânico.
Mas, foi assim tão irrelevante, para o chamado “noticiário” — supostamente atento a tudo que afeta seus leitores? Se as agências internacionais distribuíssem uma curiosidade inútil sobre a baleia azul do deserto do Saara, talvez os jornais locais dessem com destaque.

Uma busca por “brasil maior usuario facebook” apresenta, de imediato, dúzias de “notícias” — como as de um ano atrás (30 Jul. 2013), de que o Brasil já tinha 76 milhões de usuários registrados no Facebook. Ou as notícias de dois meses antes (Mai. 2013), de que o Brasil já era o segundo maior usuário do Facebook.

Abundam notícias do apagão anterior do Facebook, publicadas no período de 19 a 22 Jun. 2014. Ocorreu de madrugada, tipo 4h55, a maioria dos brasileiros nem percebeu, — mas a imprensa mundial noticiou, a Forbes estimou prejuízos estrondosos para milhares de empresas, — e foi manchete na mídia brasileira.

O feed do Facebook em PCs no Brasil: entrava, mas não funfava.
Agora, faça a mesma pesquisa por “apagão Facebook”, para notícias publicadas de 15 a 17 do corrente mês de Julho de 2014, e a coisa muda.

Hipótese: — A mídia brasileira só dá a notícia, quando a notícia já vem pronta, lá de fora.

Na Tailândia, creio eu.
Uma busca mais específica, por “facebook 190 api_error”, mostra milhares de resultados para o dia 15 Jul. 2014, — com enorme proporção de fóruns de ajuda. A resposta mais comum: — “Relaxa, não é falha na sua máquina, nem hacker, é geral, do próprio FB”.

Hipótese: — O que de fato preocupa os usuários, nessa hora, é o medo de ter sido hackeado (“raquiado”), invadido, infectado, contaminado. — Fora disso, temos boas opções. Tipo, Facebook não é o único.

Pedidos de ajuda por toda parte. Acalmando o pânico: “Fica tranquilo”.

Vejamos o que pude encontrar no “noticiário”, propriamente dito, sem gastar mais do que algumas horas tentando.

Info Exame: — “instabilidade de acesso para alguns usuários”.
Facebook não disse nada, então não há novidades.

Info Exame (Abril) apresenta uma notinha burocrática, datada de 16/07/2014 09h41. Segundo o título da notinha, o Facebook ficou “fora do ar para alguns usuários”. Um atendente de telemarketing não faria melhor. A “instabilidade” teria ocorrido, supostamente, “por volta das 23h”. Mas, como o próprio Facebook “não divulgou a causa do problema”, Info Exame também não foi além: — “Não há novidades divulgadas pela empresa em seus perfis oficiais no Twitter, Facebook ou em seu blog”. Info Exame não “sabe”, sequer, se o problema se limitou ao Brasil ou se foi mais amplo.

Hipótese: — Se o Facebook publicasse qualquer explicação ou pedido de desculpas, o apagão seria manchete. Fazendo-se de morto, fica o dito pelo não dito. Falta verba, falta competência para ir à luta, pesquisar e registrar um fato relevante.

Nada na Folha Tec. (Nem na Folha como um todo).

No site da Folha de S. Paulo, os 25 primeiros resultados da busca por “facebook”, hoje (17/07/14 14:11:26), cobrem desde o dia 14, véspera do apagão do Facebook. Tem de tudo um pouco, — artistas, fofocas, futebol etc., — menos o apagão do Facebook.

Ironia: — No dia 15, Manual do Usuário comenta o “Fim do caderno Tec, da Folha”, anunciado no dia 11, para 21 Jul. 2014. Rodrigo Ghedin resume os comentários que rolam na web: — “já tinha ido e esquecera de cair”.

Uma pesquisa por “facebook” no Folha Tec, até o meio-dia de 17 Julho também não indicava nenhuma notícia do apagão do Facebook dois dias antes. A notícia mais recente, do dia 15, era espetacular. Dizia que Microsoft “deve” ultrapassar Yahoo, tornando-se a “terceira maior” do mercado publicitário global. A disputa, para quem curte detalhes, é de 2,54% versus 2,52%. (Google tem 31,54%, e o Facebook 7,8%). A notícia anterior, do dia 14, “requentava” o fato de que, desde 2012, o usuário tem a opção de baixar seus dados do Facebook.

O Folha Tec encerra suas atividades porque, — segundo a própria Folha, — não conseguia mais captar anúncios, apesar de a tecnologia andar cada vez mais trepidante nesse mundo.

Pedidos de ajuda em foruns do outro lado do planeta.

De relevante, encontrei duas notícias n’A Tribuna, de Santos, SP:

A nota “Facebook enfrenta apagão e usuários só conseguem usar chat” (15 Jul. 2014 23h19, atualizado às 07h26) registra que a falha impedia a visualização do feed de notícias do Facebook (o que era verdade para usuários de computador). “Segundo os usuários”, a falha teria começado por volta das 22h, e por volta das 23h30 a situação voltou ao normal.

Já a notícia “Após apagão no Facebook, especialista alerta: – Estamos dependentes do ambiente on-line” (16 Jul. 2014 18h23) observa que o Facebook se tornou ferramenta essencial, não só para as pessoas, como para as empresas. Corrige o início do apagão para as 21h; e registra o logoff dos usuários de smartphone. “Procurada durante todo o dia, a assessoria de imprensa do Facebook não divulgou a causa do problema”.

Humor Engraçado: a única postagem noticiando o apagão do Facebook, logo em seguida.
E não é piada.

Enfim, publicado “no calor dos acontecimentos”, — além d’A Tribuna, — só encontrei um post do Humor Engraçado. Não tem data, mas fala no “presente”, em pleno retorno gradual, seguro e lento do Facebook. O Google data a postagem do dia 16. Provavelmente, logo após a meia-noite do dia 15.

Não “vi” o apagão do Facebook começar. Tentei entrar mais tarde, talvez lá pelas 22h, mas, após uns 30 segundos sem carregar o feed, fechei a janela, e continuei fazendo outras coisas. Bem mais tarde, quando tentei de novo, percebi que se tratava de um problema duradouro. Entrei no Twitter e pesquisei “Facebook”. Havia uma avalanche de mensagens, de todas as partes do mundo: México, Chile, Brasil, Ásia, Extremo Oriente. Alguns afirmavam que o problema afetava o mundo inteiro, mas sem links.

O pico de usuários registrando falhas do Facebook no site “Caiu Tudo”, brasileiro.

Um dos poucos links que rolavam, era o do “Caiu Tudo”, que registra falhas apontadas pelos usuários dos mais diversos serviços, inclusive o Facebook. O fato de, até então, desconhecer a existência deste site diz, no mínimo, que nem todo mundo o conhece ou vai lá registrar falhas. Além disso, é um site brasileiro, em português. Não consigo imaginar um chinês, um tailandês ou um indu, por exemplo, vindo a um site em PT-BR para registrar falhas do Facebook.

De fato, o mapa dinâmico das falhas registradas concentra-se no Sudeste do Brasil, com focos isolados em locais onde pode-se presumir que também haja um bom número de brasileiros — a cidade do México e Tóquio, por exemplo.

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Ferramentas &tc.


segunda-feira, 14 de julho de 2014

Blog, microblog e redes sociais – como funciona e como fazer

Blogoosfero, rede social brasileira

Afinal, o que significa “microblog”, — como às vezes são chamadas as “mídias sociais” ou “redes sociais”, tipo Facebook, Twitter etc.?

Primeiro, o que é um “blog” ?

No fundo, é um “banco de dados”.

Mas, epa, o que é um “banco de dados” ??

É uma “tabela”, como aquelas com as quais já estávamos familiarizados desde muitos carnavais, quando tudo ainda era em “papel”, — livros, jornais, revistas, relatórios etc.

Neste exemplo, digamos que cada linha da tabela é uma “postagem”. Na primeira coluna teríamos o título, na segunda coluna a data, na terceira coluna texto e imagens, na quarta coluna os “marcadores” (palavras-chave para um “índice”).

Nos computadores, tudo isso é armazenado numa “sopa de letrinhas”, incluindo sinais esquisitos, coisas que só um nerd consegue entender (se é que consegue).

Quando pedimos uma exibição daqueles dados, o software interpreta aquela “sopa de letrinhas”, e mostra uma visualização organizada — na forma de “tabela”, de “blog”, ou em qualquer outro “formato” para o qual tenha sido programado.

(Uma “planilha” é armazenada mais ou menos do mesmo jeito, como “sopa de letrinhas”. Apenas, o “software” é programado para mostrar e interagir de outro modo).

No caso do blog, por exemplo, o título aparecerá em letras maiores; data e hora aparecerão em outra posição; texto e imagens serão exibidos conforme o layout que escolhemos; e os “marcadores” ficarão visíveis para quem quiser “filtrar” os resultados da pesquisa naquele “banco de dados” que é o “blog”.

Os tipos e tamanhos de letra, as cores de cada elemento, o “layout” geral (colunas laterais) também ficam armazenados no “banco de dados”, em alguma parte daquela enorme “sopa de letrinhas”, porém são interpretados e aplicados de forma “global”, de modo que basta mudar a configuração (ou escolher outro “tema”), para que mude toda a exibição do “blog”, sem necessidade de alterar cada “postagem”.

Normalmente, os “resultados” aparecem na ordem cronológica invertida, — primeiro, as “postagens” mais recentes, — porém, sempre incluindo absolutamente tudo que existe no “banco de dados”.

Alguns controles permitem ao dono do “blog” escolher quantas “postagens” serão exibidas na “página inicial”, — na verdade, a primeira página do “relatório de busca”, — bem como, escolher se as postagens serão exibidas por inteiro, ou apenas um resumo (com link para solicitar a exibição integral de alguma das “postagens”).

No final da “página inicial”, — na verdade, em todas as “páginas” do “resultados da busca”, — aparece aquele link para “mais postagens”, ou “mais antigas”, ou “anterior” etc.

Quando clicamos num “marcador”, o “software” realiza uma “busca” diferente, dentro do “banco de dados”, — apenas das “postagens” que têm aquele “marcador”, — e exibe um número bem menor de “resultados”.

Isso é uma ajuda enorme, quando temos certo cuidado ao criar “marcadores”, — em número exagerado, eles perdem utilidade, — e ao escolher entre os “marcadores” já existentes quais iremos aplicar a uma nova “postagem”.

O visitante poderá, então, “listar” rapidamente tudo que foi publicado sobre aquele tema, e descobrir aquilo que está pesquisando — sem ir embora do seu “blog” logo após a leitura inicial.

Blog + Google = “quase-rede” social

Na verdade, é muito raro alguém chegar num “blog” pela chamada “página inicial”. O mais provável, é fazer uma pesquisa no Google, — que também exibirá para ele um “relatório de resultados”, com inúmeras páginas existentes na internet, — e uma de suas postagens poderá ser clicada.

Seu visitante pousou, então, numa “postagem” qualquer, talvez bem antiga. Se ele achar interessante, é possível que clique num dos “marcadores” existentes ao final da “postagem”. Neste caso, o Google registra que alguém achou seu “blog” interessante, pelo tempo de leitura, e pelo número de “postagens” adicionais que decidiu ler. Parabéns, seu “blog” ganhou alguns pontos, na opinião do Google, e com o tempo poderá ser classificado cada vez mais acima, até chegar a ser mostrado no topo das “buscas” do Google — competindo, é claro, com zilhões e outros “blogs”, todos lutando por um lugar ao sol.

Essa competição — por maior “visibilidade” em meio ao caos virtual — é um bom motivo para você examinar a “biblioteca” de “gadgets” (ou “widgets”) oferecidas pelo Blogger / Blogspot.

São pequenos “blocos de programação”, representados por “retângulos” que você pode “arrastar e soltar” numa coluna lateral, ou no alto, ou no rodapé da “página padrão” (layout) do seu “blog”.

Esses “blocos” também pesquisam o “banco de dados” do seu “blog”, e exibem outras alternativas de navegação dentro dele, oferecendo, por exemplo:

  • Quais as “postagens” mais lidas
  • Quais as “postagens” mais comentadas
  • Uma “nuvem de tags” — ou seja, os “marcadores” existentes no “blog”, permitindo ao visitante descobrir que um deles poderá levar ao que ele está procurando

Como o Blogger / Blogspot oferece várias formas de “integração em rede” com outros “blogs”, — p.ex., mostrar na barra lateral as “postagens” mais recentes de outros “blogs”, escolhidos por você, e que também poderão exibir as “postagens” mais recentes do seu, — pode-se considerar que já é uma aproximação da “rede social”.

No fundo, o que existe ali, é uma enorme “rede social”, — mantida pelo  Blogger / Blogspot (do Google), — onde cada um faz, de graça, seu “blog” individual.

De graça, nos dois sentidos, — o Google te dá, “de graça”, a infraestrutura para você fazer seu “blog”, — e ao fazer seu “blog” você fornece, “de graça”, “conteúdo” para alimentar essa enorme estrutura montada e mantida pelo Google.

É claro que você pode utilizar outra “plataforma”, que não o Blogger / Blogspot, pertencente ao Google.

A principal alternativa que ainda sobrevive, e continua gratuita, — e ainda mantém participação relevante, — é a “plataforma” Wordpress.

Wordpress também oferece “integração em rede”, para outros “blogs” da mesma rede Wordpress, — sem excluir alguma integração com “blogs” da rede Blogger / Blogspot, — e vice-versa.

Além disso, o Google cataloga (para “buscas”) todos os sites e “blogs” do mundo, — independente de usarem ou não a “plataforma” Blogger / Blogspot, — e disponibiliza esse catálogo (atualizado diariamente) para outros “serviços de busca” (Yahoo, Bing etc.), que apenas “personalizam” a apresentação dos resultados.

Sinceramente, não sei se ainda sobrevive outra “base de dados” para buscas na internet. Talvez na Índia ou na China, quem sabe. Parecem ser os únicos países a manter algum esforço de desenvolvimento independente, em relação à internet liderada por corporações com sede nos EUA.

Se os Brics avançarem nas iniciativas de integração, e um dia chegarem a avançar na área da internet, é possível que se abra um campo mil vezes maior do que existe hoje, para programadores brasileiros, — provavelmente em comunidade aberta.

Red Popular, Argentina
“Rede social”, propriamente — é fechada !

Comparando com este sistema “aberto”, as chamadas “redes sociais”, — ou “mídias sociais”, como Facebook e Twitter (entre outros), — bem poderiam ser chamadas de sistemas “fechados”.

Ou você tem conta no Facebook, ou não poderá ver nada do que seus amigos publicam lá.

O mesmo vale para o Twitter, e outras “rede sociais”

Quando se fala em “microblog” no Twitter, — com “postagens” limitadas a 144 caracteres e 1 imagem, — soa até esquisito.

A verdade é que ninguém fica olhando seu próprio “microblog” no Twitter, — embora seja possível, basta clicar em “Tweets”, para ver apenas suas próprias “postagens”, incluindo as de outros, que você “re-tweetou”. Mas, ninguém faz isso, exceto quando deseja conferir alguma coisa.

O que todos fazem, naturalmente, é olhar a “página inicial”, — do Twitter, não “suas postagens”, — pois a graça da brincadeira é ver o que “todo mundo” está tweetando. A gente até esquece que tem um “microblog”, ali, pois o natural é pensar no Twitter como um todo, uma conversa coletiva.

O “banco de dados”, — você já percebeu, — é um só, misturando as “postagens” de milhões de pessoas, “tweetando” alucinadamente, sem parar.

Quando você acessa a página inicial do Twitter, os servidores exibem uma “página de resultados” com as últimas postagens das pessoas que você “segue”.

Para lidar com essa massa insana de informações em ebulição, o sistema é magro, esquelético, as opções são mínimas.

A única atualização, é mostrar lá no alto da tela uma mensagem, tipo “Ver 21 novos Tweets”... “Ver 85 novos Tweets”... “Ver 200 novos Tweets”. Enquanto você não clicar lá, sua tela fica quieta, dá tempo para rolar e olhar as “postagens”. Chegar até o “fim”, lá embaixo, obviamente é tarefa impossível. Não existe “fim”, — pelo menos, até o momento em que o Twitter enjoe da brincadeira e lhe diga que não dá mais, porque tem mais o que fazer do que buscar postagens antigas. Bola pra frente. Você nunca mais vai ver o que ficou muito para trás. E dependendo de quantas centenas de pessoas (ou “perfis”) você “segue”, prepare-se para se conformar.

Você pode “Curtir” alguns tweets, e isso facilita reencontrá-los mais tarde. Basta clicar em “Tweets”, e em seguida, clicar em “Curtiu”. Os “softwares” / “servidores” do Twitter farão uma busca rápida, e exibirão apenas os tweets que você “curtiu”. Mas, não exagere em curtir coisas demais, ou logo perderá contato com o que marcou na semana passada, no mês passado, no ano passado.

Para uma seleção mais específica, você pode fazer “busca por palavra”, digamos, “Tsunami”, “Copa”, ou “Gaza”, ou qualquer assunto da hora.

Se ouviu falar em “Terremoto” e não sabe onde, entre no Twitter, peça “Terremoto”, e num instante você vai saber se rola algum terremoto no planeta. Em poucos minutos, começam a jorrar os detalhes. Em meia hora, você já tem material para escrever uma reportagem — que estará superada assim que acabar de escrever. (E no outro dia, verificará que nem isso os jornais brasileiros foram capazes de fazer).

O uso de “hashtags” facilita. Se muita gente usar a mesma “hashtag”, basta clicar nela, — assim que ela aparecer num “tweet”, — para filtrar e exibir as mensagens sobre aquele assunto. Um “menu” aparece bem ao lado, sempre atualizado, com as 10 hashtags” mais usadas no momento, — no âmbito da sua cidade, de outra cidade que você escolher, no país inteiro, ou no mundo todo. Spammers, é claro, logo se aproveitarão da “hashtag” da hora, para chamar atenção para alguma idiotice, nada a ver.

Muito mais comum do que querer ver suas próprias “postagens” (seu “microblog”), é você se interessar pelas publicações de alguma outra pessoa. Como elas estão espalhadas como agulhas num palheiro, você acabará clicando no nome da pessoa, para ver apenas o que ela “postou” (ou re-tweetou). Nova busca e nova exibição, agora com “resultados da busca” feita lá pelos computadores do Twitter, contendo só as postagens daquela pessoa. Em resumo, é muito mais frequente você visitar o “microblog” dos outros, do que o seu.

Tudo isso vale, mais ou menos, para o Facebook — com muitas diferenças.

Trata-se, também, de um “banco de dados” unificado, — e a graça da brincadeira também é ver tudo o que os outros estão postando, em vez de ficar olhando e enfeitando seu próprio “microblog”, que no FB chama-se “Linha do Tempo”, ou “Perfil”. Em suma, não há muita graça em ficar “lambendo as próprias crias”.

Aliás, a exibição de “retorno” — quantos curtiram, compartilharam, quais os comentários (ou não, zero) — não lhe deixa iludir-se sobre a eventual inutilidade do seu esforço. Criar e ficar “lambendo as próprias crias” acaba mostrando que algo não vai bem.

Tal como num apartamento antigo, planejado para incentivar a convivência, — quartos pequenos, áreas comuns bem maiores, — você é levado, naturalmente, a passar mais tempo nas “áreas comuns”. São elas: o “Feed de Notícias”, o “Feed de Páginas”, e as páginas dos “Grupos”.

A atualização do Facebook é constante, automática, — ainda que haja momentos de aparente calmaria. Mas de repente, você está lendo uma coisa interessante bagaray... e aquilo some, porque uma atualização automática acabou de despejar uma penca de novas postagens, empurrando sua leitura interessante alguns metros para baixo.

“Curtir”, “comentar”, “re-compartilhar”, soma “pontos” a uma “postagem”, — o FB tende a considerá-la potencialmente interessante, e passa a exibi-la um pouco mais, para outras pessoas, (assim me parece, pelo menos), — mas não cria nenhuma “marca” que facilite você voltar a encontrar aquela “postagem” outra vez, daqui a meia hora ou daqui a dois dias.

Aliás, aí está outra diferença: — no Twitter, tudo é mostrado para você, sem nenhum filtro ou seleção, — ao passo que no FB você vê cada vez menos coisas, dos seus “amigos”, das pessoas que você “segue”, ou das páginas que “curtiu”.

Há cerca de um ano, li artigos de alguns experts, indicando que o FB tinha passado a exibir apenas cerca de 1/6 das postagens suas para seus amigos e seguidores, — e vice-versa, exibindo para você apenas 1/6 das postagens deles.

Se não me engano, aquela inovação acompanhou a introdução de “postagens pagas”, — ou uma empresa, ou um político, paga para que determinada “postagem” tenha maior alcance (seja exibida para um percentual maior de “seguidores”). Inversamente, se você tem uma “Página” (diferente do “Perfil pessoal”), a todo momento o Facebook lhe sugere “impulsionar esta postagem”. É só dizer quanto você quer pagar.

Hoje, me parece que o FB anda exibindo muito menos do que 1/6 das postagens, de uns para outros e vice-versa. Apenas, nunca mais procurei saber.

Os “critérios” utilizados pela programação do Facebook para “escolher” ou “sortear” o que será exibido (ou não), aos seus amigos e seguidores, não são muito transparentes (para dizer pouco). No geral, porém, também não chegam a ser 100% “secretos”. Apenas, exigem que você pare tudo mais na sua vida, para se dedicar a um estudo de “algoritmos”, “parâmetros” etc., cada vez mais complexos e intrincados. Portanto, a menos que esta seja sua profissão, — e lhe dê retorno financeiro que justifique tal investimento, — o melhor é não perder tempo demais estudando detalhes minuciosos.

A “busca Google”, sim, — por ser “aberta”, abrangendo todos os sites do planeta, e não apenas uma fração minúscula, “fechada”, — merece estudo maior ou menor, conforme o “resultado” que cada blogueiro ou webmaster espera obter com seu trabalho.

Se você precisa aumentar a “visibilidade” do seu trabalho, muitas vezes faz mais sentido investir algumas horas a menos na “produção” e “postagem” de conteúdo, e várias horas a mais na “divulgação” — seja nas “redes sociais”, seja na melhoria de sua posição nas “buscas Google”.

Para melhorar seu “ranking” no Google, o próprio Google oferece tutoriais bastante detalhados, a serem estudados na profundidade desejada por cada um, — desde o básico até a pós-graduação, por assim dizer, — além de fóruns abertos a todos, do principiante até o expert.

Investir igual tempo no estudo dos “algoritmos” do Facebook, sinceramente, parece uma “especialização” exagerada, e de interesse bastante restrito — mesmo entre profissionais de internet e marketing. Poucas empresas pagarão para ter um especialista em FB, principalmente porque os resultados dificilmente chegam perto do retorno que se pode alcançar pelo Google

Montagem de “redes sociais”

Blogs — As alternativas “gratuitas” (Blogger / Blogspot e Wordpress) oferecem apenas uns poucos “recursos” básicos, e configurações bastante limitadas.

Dispondo-se a pagar “hospedagem”, pode-se escolher um, entre vários softwares para “blog”, com tantos recursos e opções (além de módulos adicionais), ao ponto de tornar seu “blog” um verdadeiro “portal”. Ou, um site especializado para “comércio eletrônico”, “vitrine”, “biblioteca” (com consulta online, reserva, empréstimo), e outras aplicações ainda mais específicas.

Embora não seja tão difícil instalar e configurar tais “softwares”, — hoje, a maioria dos serviços de “hospedagem” já os oferecem para instalação automática, — a “manutenção” posterior do “sistema” acabará exigindo grande investimento de tempo, estudo etc. O mais prático é contratar “assistência técnica” de alguém da área: um “webmaster”, ou “webdesigner”, se acha que o retorno cobrirá o investimento.

Webmasters costumam especializar-se em apenas um “sistema”, — Wordpress (particular), ou Php-BB (fórum), ou Joomla (portal), Drupal (portal) etc., — e mesmo assim, a todo momento precisam recorrer aos colegas, nos fóruns, para enfrentar algum novo desafio. Cada nova “aplicação” prática de um desses “sistemas”, — mesmo para um “especialista”, — envolve questões ainda não estudadas antes. O domínio do inglês é necessário para se chegar aos fóruns “de origem”, onde se encontram os próprios desenvolvedores, para sanar alguma dúvida mais cruel, ou mandar sugestões de futuros desenvolvimentos.

Comunidades — Uma plataforma para criação de “comunidades”, — “gratuita” até recentemente, — é o Ning, que permite criar “comunidades” próprias, altamente interativas, onde cada membro publica seu próprio “blog”, além de visualizar o conjunto de “blogs” de todos os membros; além de criar “grupos”, “foruns”, “tópicos”, mandar e receber mensagens privadas para outros membros, carregar vídeos, álbuns com dezenas de fotos etc.

Participei (pouco) de três dessas comunidades: Amantes da Ferrovia (ligada ao Serra Verde Express), Cartel Caipira e Minas Gerais Railways, observando as opções de configuração que iam sendo experimentadas pelos proprietários de cada uma, ao longo do tempo. Cada “comunidade” Ning é, praticamente, um Facebook “privado”, e sob certos aspectos, com muito mais recursos e opções do que o Facebook. Em contrapartida, resulta em comunidades restritas, tanto pela especificidade do assunto de cada uma, quanto por cada comunidade ser pouco conhecida do público em geral.

O exagero de recursos, — e a fome com que os usuários tendem a usá-los, — tornava inevitável a cobrança pelo serviço, que envolve cada vez mais “máquina” e “banda” do Ning. Impossível oferecer tanto, de graça. No começo, suponho que cobrava apenas dos clientes que desejavam recursos especiais e/ou cuja “hospedagem” exigisse acima de certo “tamanho”. Depois tornou-se inteiramente “pago”. Existe na web farto noticiário sobre a fundação do Ning (2004), o sucesso (2005) e o crescimento da ambição (2010).

Os softwares usados pelo Ning, — assim como pelo Facebook, e pelo próprio Google, — não são criados por nenhuma dessas “empresas”. São produto de dezenas ou centenas de milhares de programadores e “desenvolvedores” voluntários, com apoio de inúmeras empresas médias ou pequenas, além de grandes corporações (inclusive Google), universidades do mundo inteiro, institutos de pesquisa etc. Portanto, sempre há um software livre, que é a base, e pode ser livremente usado por quem quiser.

Quando o Ning começou a cobrar de todas as comunidades até então gratuitas, uma pesquisa rápida indicou o Ellg  como um dos softwares disponíveis para construir comunidades semelhantes.

Redes sociais — Montar uma rede social similar ao Facebook também é uma possibilidade aberta para quem quiser, utilizando alguns “softwares livres” (ou, de “código aberto”). Basta investir em “máquina”, “banda” e “programadores” para “personalizar” e administrar sua oferta “gratuita” ao distinto público navegante.

Um desses pacotes de “software” disponíveis é o Ellg —  “an award-winning social networking engine, delivering the building blocks that enable businesses, schools, universities and associations to create their own fully-featured social networks and applications”.

Outro pacote, brasileiro, é o Noosfero — que já foi adotado pela USP, pela UnB e pelo Serpro, p.ex., para criar suas próprias “redes sociais”.

Blogoosfero.cc — É uma “rede social” brasileira, que se descreve como “plataforma livre e autônoma, desenvolvida de forma colaborativa por blogueir@s e ativistas do movimento do Sofwtare Livre e da Cultura Digital, que visa proteger o seu conteúdo de ataques contra a liberdade de expressão” — também utilizando o Noosfero.

Huayra Linux, em desenvolvimento na Argentina

Na Argentina, acaba de completar 1 ano de funcionamento o Facepopular, iniciativa dos movimentos “Puertas Abiertas” e “8N Yo no voy”, com algum apoio estatal. Numa visita rápida, agora, não consegui identificar o “software” utilizado, nem o grau de apoio estatal. O que fica claro é sua ligação com o Huayra Linux, em desenvolvimento na Argentina, e para o qual prevê “migrar” em breve. Mas, Linux é um sistema operacional, não um software de redes sociais, propriamente dito. Existe aí alguma coisa que não captei.

Outra rede social, o Participatório da Juventude, — criado pelo governo federal brasileiro, também há cerca de 1 ano, — adotou a plataforma Elgg — que permite bastante integração ao Facebook (decisão individual de cada participante), apresentando uma estrutura básica bastante similar.

A questão, para qualquer nova rede social, é obter adesões em massa, pois no começo não há atrativo em “postar” para pouquíssima gente ver. Enquanto esperamos a iniciativa crescer, continuamos fazendo crescer o Facebook, que até agora nos dá resultado (por mais que a gente reclame). É um círculo vicioso, difícil de romper.

Apoio estatal — “institucional”, e não, “do governo do momento”, sempre sujeito a mudanças, — é um requisito indispensável, quando se queira, de fato, iniciar o desenvolvimento de uma “rede social” menos sujeita a “critérios” (“algoritmos”) pouco transparentes, controlados por corporações empresariais com sede fora do país.

Projetos “institucionais”, — menos centralizados e menos dependentes de oscilações no topo do Executivo do momento, — devem envolver o maior número de instituições, como universidades, fundações, empresas estatais etc., que tendem a manter linhas de ação de mais longo prazo, além de prazos (duração) diferenciados uns dos outros, o que evita colapso súbito e total.

A partir daí, “desenvolvedores” e fóruns têm condições de atrair mais “desenvolvedores”, e compartilhar informações com os novatos, num movimento de expansão que é, necessariamente, demorado.

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sábado, 5 de julho de 2014

Adeus ao Orkut

"O Orkut não estará mais disponível após o dia 30 de Setembro de 2014. Até lá vamos manter o Orkut no ar, sem grandes mudanças, para que você possa lidar com a transição. Você pode exportar as informações do seu perfil, mensagens de comunidades e fotos usando o Google Takeout (disponível até setembro de 2016). Um arquivo com todas as comunidades públicas ficará disponível online a partir de 30 de Setembro de 2014. Se você não quiser que seu nome ou posts sejam incluídos no arquivo de comunidades, você pode remover o Orkut permanentemente da sua conta Google. Para mais detalhes, por favor, visite a Central de Ajuda".

de: orkut <3504732672376623859@mail.orkut.com>
data: 5 de julho de 2014 05:12
assunto: Adeus ao Orkut
Para fazer o download de seus dados no Orkut:

https://www.google.com/settings/takeout/custom/orkut

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